

Usina Nuclear de Angra 1 durante a construção, e a Usina Hidrelétrica de Itaipu na fronteira Brasil-Paraguai
O Exército Brasileiro chegou ao poder em 1964 com posições fortemente pró-Estados Unidos, e com suporte Americano para a queda de João Goulart. Procurando elevar a “grandeza nacional” brasileira e o status internacional do país, o regime escolheu participar da intervenção internacional na República Dominicana, liderada pelos Estados Unidos e autorizada pela Organização do Estados Americanos. Uma mudança acentuada da política externa brasileira de não-intervenção, a estratégia foi vista pelo regime como uma maneira relativamente sem custos de reciprocar o suporte de Washington ao golpe de 1964. No entanto, a relação entre os dois países nao permaneceu totalmente harmoniosa, e estudiosos brasileiros de esquerda criticaram o papel tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos na América Latina. Entre as críticas mais potentes estão as de Rui Marini, que classificou o Brasil como potência “subimperial”, atuando como agente dos Estados Unidos nas relações continentais e atuando independentemente na conquista de seus próprios objetivos em política externa.
Enquanto a intervenção Dominicana foi um claro exemplo do brasil atuando como uma extensão do poder imperial Americano na América Latina, em outras instâncias líderes militares seguiram agendas que desagradaram oficiais dos Estados Unidos. Como exemplo, a procura Brasileira para obter tecnologia nuclear da Alemanha Ocidental causou uma tentativa Americana de parar o acordo. Henry Kissinger notoriamente buscou não danificar as relações com Brasilia ao evitar críticas ao Brasil, mesmo que em uma era de cada vez mais acordos de não-proliferação nuclear. Adicionalmente, o Brasil reforçou suas relações políticas e/ou econômicas com países como Paraguai, Angola e Líbia, mesmo que esses países tivessem relações distantes com os Estados Unidos. Ao fazê-lo, o Itamaraty estava buscando satisfazer interesses econômicos Brasileiros que eram independentes dos Estados Unidos, ainda que Brasília permanecesse dependente da sua aliança com o país.
Leituras:
Simões, Gustavo da Frota. “Política externa do Governo Castello Branco (1964-1967) para o Continente Americano” | Português
Jaeger, Bruna Coelho. “Debatendo o Conceito de “Subimperialismo” à Época Da Ditadura Civil-Militar (1964-1985) E Do Governo Lula Da Silva (2003-2010)” [Para discussão em aula, leia apenas até a seção relacionada à Ditadura, pág. 19] | Português
Perosa Junior, Edson José. “Direitos Humanos, Energia Nuclear e Cooperação Militar nos Anos 1970: as Relações Entre Brasil e os Estados Unidos”. | Português
Resenha por Thiago Gehre Galvão, de “Kissinger e o Brasil”, Matias Spektor. | Português
Documentos:
Richard M. Nixon; Emilio Garrastazu Médici, “Declarations from the White House”, “Visit of President Medici of the Federative Republic of Brazil” December 1971. Imagem | Fonte
Marini:
Ruy Mauro Marini, “Brazilian Sub Imperialism”, in Monthly Review, 1972. English
Artigo em Português descrevendo as ideias de Marini: Epitácio Dos Santos Junior. “Subimperialismo e Particularidade Brasileira: A Perspectiva de Ruy Mauro Marini” | Português