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Cartaz na Libéria mostrando Carter como defensor dos Direitos Humanos (Fonte)
Pôster no Parque Lafayette em frente a Casa Branca em protesto à visita do Presidente Medici a Washington, D.C. e a complexidade dos Estados Unidos com o histórico brasileiro em direitos humanos.

Washington foi rápido a reconhecer o Golpe Militar de 1964. Durante os anos iniciais do novo regime, a opinião publica nos Estados Unidos era favorável aos generais e via a administração militar como uma verdadeira salvação do brasil de uma ameaça comunista. Ainda que isso fosse claramente longe da verdade, a cobertura jornalística nos Estados Unidos era enviesada e contava relatos de apenas um lado dos eventos. Com o passar do tempo, no entanto, enquanto o Regime erodia direitos democráticos e relatos de tortura aumentaram, um pequeno movimento de ativistas de base começaram a se organizar nos Estados Unidos. Formado por uma coalizão descentralizada de emigrantes Brasileiros, estudiosos da América Latina, simpatizantes, e líderes religiosos, esses grupos começaram a publicar periódicos para consolidar informações sobre os abusos do regime. Naquele momento, alguns artistas, pensadores, e figuras públicas brasileiras estavam vivendo nos Estados Unidos, em exílio ou em procura de oportunidades profissionais não mais disponíveis no Brasil devido ao controle dos militares sobre expressões culturais. Eventualmente, esses grupos conseguiram com que jornais de relevância, como o Washington Post e o New York Times escrevessem histórias sobre as violações dos direitos humanos ocorrendo no Brasil. Eles também obtiveram êxito em convencer o Congresso a adotar uma postura mais rígida quanto a assistência financeira provida pelos Estados Unidos a países com históricos negativos de respeito aos direitos humanos. Ainda que o caso do Brasil nunca tenha gerado repreensão generalizada, ela ajudou a formar a base para um movimento amplo de defesa dos direitos humanos na América Latina, uma vez que o Chile e a Argentine se juntaram ao Brasil como nações autoritárias com histórico de tortura. Direitos Humanos ainda era uma nova expressão no glossário politicos, usado por Jimmy Carter durante sua campanha presidencial. Apesar de ele ter prometido que a defesa dos direitos humanos seria uma base da politica externa dos Estados Unidos, na pratica o Departamento de Estado tomou uma atitude pragmática, de analise caso-a-caso ao determinar ações Americanas. Isso significou que suas políticas eram por vezes contraditórias, dando mais liberdade a aliados como o Brasil e o Irã enquanto pressionava casos como o da Nicarágua.

Leituras:

Dária Jaremtchuk, “‘Exílio Artístico’ e Fracasso Profissional: Artistas Brasileiros em Nova Iorque nas Décadas de 1960 e 1970” | Português

Eduardo Rodrigues Martorano, “América Latina em Foco: O Monitoramento Referente à Política de Direitos Humanos no Cone Sul Durante os Primeiros Momentos do Governo Carter” | Português

James N. Green, “Clérigos, exilados, e acadêmicos: oposição à Ditadura Militar Brasileira nos Estados Unidos, 1969-1974”, Traduzido por Olga M. Charro para Projeto História (PUC-SP). | Português

Documentos:

Leia seleções do “Brazilian Information Bulletin”:

1st Edition: “What is Happening in Brazil”

4th Edition: “Brazil’s “Economic Miracle””

6th Edition: “Nixon Christens Brazil a Sub-imperial Power”

10th Edition: “Catholic Church Turns Back on Generals”